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Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos, em 26/1/1999.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/07/00 14:06:22
ENSINO
Capacitação profissional e o novo conceito de empregabilidade

A partir dos anos 80, os próprios fabricantes começaram a desenvolver cursos

Enilson Moraes Pestana (*)
Colaborador

Nos anos 70 e 80, o único meio de obter uma especialização na área de tecnologia era participar de cursos, principalmente nos EUA. Depois, alguns fabricantes liderados pela IBM e pela antiga Burroughs passaram a trazer seus cursos para o Brasil, mas estes enfocavam apenas o uso de seu ferramental.

Com o advento da microcomputação, os fabricantes perceberam que os sistemas de ensino não estavam acompanhando a demanda do mercado por novas tecnologias, seus cursos não refletiam a necessidade do mercado e o estado-da-arte de seus produtos. E isso ocorreu não apenas em países como o Brasil, dito Terceiro Mundo, mas até mesmo nos EUA.

Com isso, perceberam também que o mercado passou a atualizar menos suas tecnologias; afinal, mal dominavam as atuais versões, assim, por quê atualizá-las?

Motivação – A falta de qualificação profissional, o desconhecimento do uso e da aplicação das novas tecnologias impediam que o mercado crescesse na velocidade desejada, exceto os grandes usuários que podiam investir em capacitação fora do País. Assim, as novas empresas, lideradas pela Novell, passaram a criar programas de capacitação profissional, passaram a desenvolver os cursos em paralelo aos produtos. Algumas passaram a enfocar a tecnologia, outras estrategicamente continuaram a enfocar o uso e a aplicação de seus produtos.

A Novell, como empresa pioneira na criação destes programas, e também como provedora de soluções em redes, numa época em que reinavam os mainframes, precisava criar uma cultura em cima da nova tecnologia. Assim, teve uma preocupação maior, e seus programas educacionais enfocaram o uso da tecnologia e, até hoje, seus programas abordam cerca de 70% a conceituação e aplicação da tecnologia de network computing e apenas 30% sobre como usar seus produtos.

Este enfoque acertado permitiu que a Novell treinasse milhares de profissionais em todo o mundo. Posteriormente, empresas como Microsoft, Lotus, HP, Compaq e muitas outras, criaram seus programas de capacitação. A preocupação atrás disso tudo é a criação de especialistas, profissionais habilitados em curto espaço de tempo para atuar no mercado.

Agregada a esta realidade, que não é novidade, temos a postura da grande maioria de empresas que, em nome de um novo conceito de empregabilidade, deixaram de investir em treinamento profissional. Assim, cada vez mais, cabe ao profissional fazer um alto investimento em sua carreira, assim ficará mais competitivo e mais valorizado. É isto que temos mostrado ao mercado, através de dezenas de palestras, a milhares de alunos universitários.

Desafio – O maior desafio para países emergentes economicamente, como o Brasil, é dispor de mão-de-obra preparada e qualificada para dar sustentação ao seu desenvolvimento. Na área de redes e telecomunicações, onde a atualização tecnológica é muito rápida, as necessidades são maiores ainda, pois as empresas, independentemente de seu porte e área de atuação, precisam se automatizar e estar integradas com o mundo, para serem mais competitivas num mercado globalizado.

Devido a estas rápidas mudanças e inovações, as instituições de ensino, por maior que sejam seus esforços, não conseguem atender esta demanda e nem manter seus currículos atualizados. Esta é uma realidade não apenas do Brasil, mas em outros países como EUA, que buscam profissionais em todo o mundo. Nos EUA são mais de 190 mil vagas e no Brasil existem mais de 35 mil vagas em aberto nas áreas de Redes, Internet e Telecomunicações.

Existe uma demanda por profissionais especializados, que dominem as tecnologias de Network Computing e Telecomunicações, preparados para a implementação de soluções que o mercado necessita. Com as recentes privatizações na área de Telecomunicações no Brasil, a demanda por estes profissionais tem tido um crescimento maior ainda.

Estas questões levaram os fabricantes a desenvolver soluções com o objetivo de capacitar tecnologicamente profissionais, criando programas educacionais que complementam os ensinos aplicados em instituições tradicionais como escolas secundárias, faculdades e universidades.

Através dos programas de Certificação Profissional, o mercado passa a receber o treinamento diretamente de quem desenvolveu a tecnologia e, mais importante ainda, de forma rápida e em sintonia com o  mercado mundial, ou seja, o treinamento é lançado junto ou até mesmo antes que o produto chegue aos usuários. Com isso, esta indústria capacita profissionais para proverem soluções, ensinando como usar plenamente as novas tecnologias. 

Os títulos de Certified Professional têm um valor agregado muito grande, pois são reconhecidos mundialmente, ou seja, em qualquer parte do planeta um profissional certificado está apto a trabalhar no ambiente em que se desenvolveu.

Cursos – Atualmente, existem programas de certificação profissional na área de hardware pela HP, Compaq, 3COM, Cisco, Motorola. Na área de software, existem programas para especialização e suporte técnico ou desenvolvimento de sistemas, da Novell, Microsoft, Oracle, Sun e outras. Na área de Internet, a Novell, a Netscape e a Sun oferecem um programa completo para formar especialistas em programação e desenvolvimento de negócios.

A Inbras lidera o segmento de treinamento em network computing na América Latina e, com base neste know-how, criou um programa de Pós-Graduação. Este programa consumiu 13 meses de trabalho de uma equipe e contou com o apoio de algumas faculdades.

Com base na experiência em programas educacionais de certificação profissional da Novell, Lotus, Motorola e InfiLearning para cursos Microsoft e Sun, foram formatados três cursos completos de pós-graduação em nível de especialização: 1) em network computing; 2) em Internet e e-commerce; e 3) em telecomunicações.

Estes cursos atendem os requisitos do MEC, e são programas de pós-graduação lato sensu, a nível de especialização e aperfeiçoamento, com fundamento na resolução nº 12/83 do Conselho Federal de Educação, e cursos de extensão universitária, com duração de 16 meses.

O grande diferencial deste programa, que o torna único, é a sua formatação e conteúdo. Todos os materiais utilizados durante os cursos serão os oficiais de fabricantes como Novell, Lotus, Motorola e Microsoft. O curso será ministrado por instrutores certificados por estes fabricantes.

Ao final, o aluno poderá fazer os testes de certificação e receber os títulos destes fabricantes como Certified Novell Engineer (CNE), Certified Novell Administrator (CNA), Certified Lotus Professional (CLP), Microsoft Certified Professional (MCP), Certified Internet Professional (CIP) e de Formação Cabling Professional (FCP).  O aluno estará recebendo sua pós-graduação e, ao ser aprovado nos testes, receberá as certificações de empresas que lideram a tecnologia no mundo.

Estas certificações são fornecidas pela indústria, sendo reconhecidas mundialmente, pois o mesmo treinamento que o aluno tem neste programa no Brasil é aplicado em qualquer parte do planeta, usando o mesmo material.

As turmas terão inicio em 3/1999, através da Unimes. As aulas serão ministradas às segundas e quartas-feiras ou nas terças e quintas-feiras, ou ainda no sábado em período integral. O aluno poderá escolher uma das especializações e, para ingressar nestes cursos, o requisito é a sua formação universitária em cursos com ênfase em Informática, Administração, Marketing e Engenharia.

Além destes cursos de pós-graduação, os interessados que não possuem ainda uma formação universitária, podem fazer os programas de certificação avulsos, e obterem os títulos de CNA, CNE. e MCP.

(*) Enilson Moraes Pestana () é diretor-presidente da Inbras Centro Educacional. Os interessados em maiores detalhes podem obter informações pelo e-mail.

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