Clique aqui para voltar à página inicial  http://www.novomilenio.inf.br/ano98/9808dmp3.htm
*Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos, em 1/9/1998.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/10/00 10:36:58
Como estão pirateando músicas com a Net 

Porém, o padrão MP3 facilita a distribuição de obras de autores novos

Alexandre Paladini (*)
Colaborador

Um novo formato de arquivo de som está provocando grandes polêmicas na Internet, onde o tamanho dos arquivos é muito importante. Trata-se do MPEG Layer 3, ou MP3, que – utilizando um sofisticado mecanismo de compressão – pode reduzir o tamanho de um arquivo de som em até 50 vezes. Isto possibilitou a internautas do mundo inteiro trocar suas músicas preferidas via Web. E os mais espertinhos perceberam que podiam até enviar e receber um CD de música inteiro no formato MP3, que depois de recebido podia ser decodificado para WAV, e gravado em CD, gerando assim uma cópia pirata!

O MP3, como facilitador da troca e venda de músicas via Internet, provocou um susto nas gravadoras. Muitos sites com sons em MP3 foram forçados a fechar, mas ainda se encontra muitos piratas de MP3 na Internet. O ponto positivo do MP3 na Internet é o fato de que muitos músicos iniciantes podem agora colocar (e vender) seus trabalhos através da rede, sem precisar de uma distribuidora. O público a ser atingido é muito maior, por não envolver a mídia físicas (o CD, no caso).

Redução mágica – Mas, como o MP3 consegue essa mágica redução do tamanho dos arquivos? Pesquisas revelaram que, dentro de uma onda de som, um sinal fraco, quando está jundo a um sinal forte, é ignorado pelo nosso cérebro. Ou seja, apesar de existir, esse sinal fraco é inaudível. O MP3, ao codificar um arquivo de som, retira esses sinais imperceptíveis, que só ocupam espaço no arquivo, sem ser audíveis.

O resultado é surpreendente. Dependendo do arquivo, ele pode ser reduzido em cerca de dez vezes sem perda de qualidade (tirando apenas os sinais inaudíveis), ou até em 50 vezes ou mais, com perda mínima (tirando também sinais que ele considera menos importantes). Tudo depende da taxa de compressão usada. 

O formato até agora usado para som, o bom e velho WAV, está sendo aposentado porque ocupa muito espaço. Um WAV com qualidade de CD precisa ter a configuração de 44.100 Hz, 16 bits e estéreo. Neste padrão, um segundo de música precisa de 172 KB. Ou seja, uma música inteira de cinco minutos ocupa mais de 30 MB.

Onde encontrar – Para tocar os arquivos MP3, você precisa de um programa, pois o seu Windows, que consegue tocar WAVs e MIDs, não tem o "codec" MPEG Layer 3, ou seja, não consegue interpretar os arquivos com extensão MP3 (que é a extensão adotada como padrão). Atualmente, o programa mais popular que toca MP3 é o WinAMP, produzido pela Nullsoft.

Para converter um WAV em MP3, é preciso um codificador. Um dos primeiros que surgiram é o L3Encoder. Você escolhe a taxa de compressão e ele cria o arquivo MP3. Para não comprometer a qualidade do som, uma boa taxa é 160 Kbps/s (eqüivalente a 20 KB/s), ou ainda 128 Kbps/s.

Um terceiro tipo de programa utilizado por quem lida com MP3 é o leitor de CD, que lê músicas de um CD de áudio (utilizando CD-ROM e salva como WAV (função ripping). Então é só converter o WAV para MP3. Um bom ripper é o WinDAC32.
Dois bons sites de informações sobre MP3 na Internet são MP3.com e MP3.org.

(*) Alexandre Paladini é engenheiro e consultor da Impacta Tecnologia, da capital paulista.