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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 06/08/01 17:04:34
"APAGÃO"
Bits 

Pontos para pensar, recolhidos aqui e ali:

Audiência com os ministros José Jorge, de Minas e Energia, e Pedro Parente, da Casa Civil. Imagem: TV Senado
Setor de mídia elétrica (painéis eletrônicos de informação dinâmica) tiveram seu fechamento total decretado pelo governo com as decisões de racionamento de energia - disse o deputado Marcos Cintra na audiência pública mista (deputados e senadores) sobre a crise energética, realizada em Brasília em 5/6/2001.

Apagão de abril de 1999 já sinalizava para uma situação grave no setor de energia. Em 2000, ocorreu também um seminário em Brasília sobre os problemas do setor. Esses e outros alertas foram ignorados pelo governo, como salientou o deputado Salatiel Carvalho, de Pernambuco, na audiência pública de 5/6/2001, defendendo ainda o investimento maciço nos programas de co-geração de energia.

A criação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foi debatida por apenas 15 minutos na Câmara dos Deputados, apesar da importância do assunto e do debate sobre como deveria ser estruturada, lembrou na audiência de 5/6/2001 o deputado Luciano Zica, do Partido Verde. 

80% da exportação de aluminio - produzido com energia a preço altamente subsidiado e um dos setores altamente consumidores de eletricidade - é exportada - estamos exportando energia. Tal exportação deveria ser adiada até que a questão energética seja resolvida, sugeriu o deputado Luciano Zica na audiência de 5/6/2001.

Lâmpadas de 127 volts têm vida útil 25% menor, e sua produção vem sendo mantida em função de acordo com o governo, pois essas lâmpadas economizam energia, citou o deputado Luciano Zica na audiência de 5/6/2001.

Governo deveria determinar a construção de usinas de energia termelétrica no eixo do gasoduto Bolívia-Brasil, onde há linhas de transmissão. Não há consumidores do vapor gerado no processo, mas seria um fator de atração de outras indústrias para esses lugares. O governo não deveria aceitar que as usinas termelétricas sejam instaladas em lugares inadequados, como a bacia do rio Piracicaba, no interior paulista (deputado Luciano Zica).

Sugerida a criação da Agência Nacional de Combustíveis Renováveis (deputado João Caldas, de Alagoas, no debate de 5/6/2001)

Empresas com uso intensivo de energia elétrica - altamente subsidiada -, os eletro-intensivos estão querendo vender ao governo energia elétrica economizada, mas a preços de mercado, destacou o senador Ademir Miranda, em pronunciamento no Congresso em 6/2001. Questionamento sobre o subsídio também foi feito na audiência pública da Câmara dos Deputados, em 5/6/2001, com a resposta do ministro Pedro Parente de que este setor está recebendo a determinação de economizar 25% de energia, mais que os outros setores.

Feriado nacional para economizar energia não funciona, pois não há como reservar energia de um dia para o outro, o ideal serial feriados regionalizados, citou na audiência de 5/6/2001 o deputado federal José Caldas.

Pedro Parente, presidente da Câmara de Gestão da Crise de Energia e Ministro da Casa Civil: foi criada a Agência de Águas, para tratar do uso múltiplo dos recursos hídricos. No caso de hospitais e escolas - que não podem ficar sem energia elétrica - há um grupo de trabalho liderado pelo general Cardoso, para prover esses estabelecimentos com geradores e tomar outras providências. Haverá também estímulo tarifário à importação de geradores de energia que não sejam produzidos no Brasil. Será estudada a idéia de um conjunto para economia de energia (lâmpadas econômicas) para a população de baixa renda que não pode pagar R$ 25,00 por uma dessas lâmpadas.

Senador José Alencar, presidente da Comissão Mista para estudar a crise do setor de energia, em 5/6/2001, depois de citar que o Brasil é o país da imprevidência ("Há imprevidência até na Previdência Social"): "Costuma-se apagar a luz para dormir, mas o apagão está servindo para despertar a consciência nacional para o problema".
 

Pedro Parente, na audiência de 5/6/2001. Imagem: TV Senado Ministro José Jorge, na audiência de 5/6/2001. Imagem: TV Senado

As distribuidoras des energia elétrica não podem considerar como consumo mensal de energia, para efeito de comparação e cálculo de racionamento, leituras dos medidores com apenas 25 dias de intervalo, como foi denunciado que a Eletropaulo fez em vários casos na capital paulista. A observação é também da internauta santista Sandra Mendonça.

Sobre essa questão, o internauta Sérgio Salles Galvão Neto registrou, na lista de debates sobre o apagão mantida pelo jornal O Estado de São Paulo, em 28/5/2001, que a informação sobre a média de consumo deve chegar ao consumidor com cerca de 15 dias de retardo, portanto "restando 15 dias para se correr atrás do prejuízo..."

Lembra ainda Sérgio Salles que toda hidrelétrica, "antes de ser instalada, deve prever estiagem de até 5 anos. No mínimo, o governo instalou as hidroelétricas com 50% das turbinas geradoras necessárias e usando 150% de água, ou sejs, desperdício!". E pergunta por quê o governo não zera a alíquota de importação das lâmpadas eletrônicas, que permitem maior economia de eletricidade, mesmo sem entrar em análise sobre a duvidosa durabilidade/qualidade desses produtos.

O internauta Márcio Maganha destacou em 4/5/2001, na lista de debates sobre negócios Widebiz, notícia publicada em 5/3/2001 no jornal O Estado de São Paulo, com o título "Aquecedor solar para chuveiro à partir de R$ 15".

Destacado pelo internauta Júlio César Vidal, na lista de debates Widebiz, sobre publicação no jornal estadunidense The New York Times, em matéria sobre o racionamento de energia no Brasil, citando a colaboração de uma senhora para o racionamento de eletricidade, desligando as lâmpadas da estatueta da Virgem Maria em sua sala: "I've even disconnected the lights illuminating the little statue of the Virgin Mary in my living room." - Aurora Nascimento Fonseca, an 81-year-old in Brazil, where households have been ordered to meet conservation targets.

Lembrado em alguns debates: nos Estados Unidos, a geração de energia é considerada tão estratégica que em vários estados é administrada pelo Exército. Poucos países privatizaram as hidrelétricas, como quer o FMI que o Brasil faça, pois essa atividade implica no fornecimento de água à população, manutenção do nível de navegabilidade em rios e lagos, na possibilidade de uma empresa estrangeira, ao controlar a hidrelétrica, firmar contratos especiais com determinadas indústrias - as estrangeiras, inclusive - em condições vantajosas para o fornecimento desse insumo, prejudicando as concorrentes que não têm acesso às mesmas condições vantajosas de obtenção de água e energia.

Respondendo a questionamento sobre a qualidade das lâmpadas "frias" vendidas no Brasil, feito pelo editor de Novo Milênio na lista de debates Widebiz, Valdecir José Sartor comentou, em 16/5/2001: "Como sou eletricista, vou opinar o que sei: essas lâmpadas fluorescentes compactas, com reator eletrônico importadas da China realmente não duram nada, já comprei aqui para minha casa e foi só prejuízo. O problema é o reator eletrônico que ainda não está com a tecnologia confiável, mesmo de marcas conhecidas para as lâmpadas fluorescentes comuns, que dirá então made in China. As lâmpadas fluorescentes circulares com reator convencional (aquele pesado) são mais confiáveis e se pode trocar apenas a lâmpada, se ela queimar. Uso aqui em casa sem problemas. Outra solução é usar lâmpadas fluorescentes comuns de 20W ou 40W, desde que o usuário consiga fazer a instalação, fica mais barato que as compactas. Quanto à vida útil estimada das lâmpadas: incandescentes, 1.000 horas; fluorescentes, 10.000 horas. Quanto ao consumo ou potência dos aparelhos, é medido em KW igual a corrente vezes tensão. Quando a tensão cai, a corrente pode subir para compensar mas o medidor mede KW, entao não há aumento de consumo."

Mensagem de internauta, na lista de debates sobre o Apagão do jornal O Estado de São Paulo:, destacando modelo de ação disponível na Justiça Federal:

Nota registrada em lista de debates mantida pelo jornal 'O Estado de São Paulo'