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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 09/05/00 17:50:14
Vírus: como se livrar dos falsos alarmes 

André Pitkowski (*)
Colaborador

Existem momentos em que um novo projeto de vírus vinga e nos defrontamos com uma verdadeira epidemia se alastrando pelo mundo em questão de horas. Nestes momentos, os fabricantes de antivirus se desdobram para disponibilizar vacinas em tempo de conter a disseminação. Posso citar os exemplos do Melissa, LoveLetter e o ILOVEYOU, tipos de vírus que se disseminaram através dos serviços de correio eletrônico, o meio mais difundido de uso da Internet. 

Mas, de tempos em tempos, recebo em minha caixa postal uma enxurrada de e-mails me alertando sobre um vírus que contém fotos da feiticeira, ou avisando para não acessar determinado site ou mesmo para não abrir nenhuma mensagem com determinado assunto. Como saber se é vírus ou uma mentira? Estive pensando... 

Quando da ocorrência de um vírus inédito, sou alertado internamente pela Trend Micro do fato e a partir daí sei exatamente quanto tempo será investido até que a respectiva vacina esteja pronta. Nosso trabalho é alertar nossos clientes sobre o vírus, seu nome, detalhes técnicos e que receberão a partir de determinado momento a vacina para o tal vírus. 

Como é que um usuário me manda um e-mail me alertando sobre um vírus inédito? De que ferramentas este usuário dispõe para saber que está contaminado? Se foi realmente um vírus, onde este usuário compilou tamanha quantidade de informações sobre o assunto para gerar um alerta? Porque, se todos os arquivos suspeitos são enviados para os fabricantes de antivirus, este usuário conseguiu este arquivo e deu o tal alerta? 

Fontes - A única conclusão é de que se trata de um alarme falso. Existem apenas duas fontes confiáveis para se consultar quanto a um vírus: primeiramente, o fabricante e, em segundo lugar, a imprensa, que garimpa a informação justamente dos fabricantes de antivírus. 

Meus amigos, se vocês receberem e-mails avisando que existe um novo vírus à solta, por favor não dêem crédito: é alarme falso. Não me refiro aos e-mails sobre correntes de sorte (que muitos insistem em enviar para "trocentos" destinatários), pessoas desaparecidas (também não consigo saber quem realmente está ou não desaparecido), piadas e fotos, que sobrecarregam nossas caixas postais, servidores de e-mails e banda de rede. 

Tenho por hábito ler primeiramente os cabeçalhos das mensagens que recebo antes de abrí-las. Meu filtro funciona da seguinte maneira: 1. Remetentes que não conheço: Deleto. 2. Conheço o remetente mas não sei do que trata o assunto: Deleto. O resto das mensagens eu abro. 3. Arquivos anexos de qualquer natureza de remetentes não profissionais: deleto o arquivo anexo. Fiz minhas estatísticas e cometo um erro de julgamento a cada aproximadamente 250 e-mails recebidos. 

Bem, agora é com vocês. Só peço que não sejam vocês a divulgar a existência de um novo vírus. É pior do que acreditar em correntes. Mais informações sobre vírus estão no site www.antivirus.com.br.

(*) André Pitkowski é diretor de Mercadologia e Negócios da Trend Micro América Latina