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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 04/13/00 14:27:04
Máquinas tagarelas 

Carlos Pimentel Mendes
Editor

Você envia uma mensagem a um amigo, segundos depois vem a resposta: "Vou estudar o assunto e volto a manter contato consigo mais tarde". Inacreditável! Seu amigo ali, respondendo on-line, "na bucha", quase instantaneamente?!? Na verdade, não, ele está usando um sistema de auto-resposta, que nada mais é do que uma função de programas de correio eletrônico como o Outlook, da Microsoft, ou disponíveis em certos provedores de serviços de e-mail.

O que poucos lembram, quando se sentam à frente de seus geralmente silenciosos computadores, é como eles podem ser extremamente tagarelas, se não forem tomados alguns cuidados. E este é um problema que começa a aparecer no Brasil, já tendo causado vários transtornos a executivos que pensaram em mostrar eficiência usando os respondedores automáticos.

Tagarelice explícita - Veja este exemplo, de dois executivos que utilizam sistemas de resposta automática. O primeiro envia uma mensagem ao segundo. A respondedora automática do segundo envia mensagem ao primeiro confirmando o recebimento de sua mensagem, no estilo do texto que abre este artigo. Então, a respondedora automática do primeiro executivo envia mensagem confirmando o recebimento do e-mail passado pela máquina do segundo, que por sua vez responde ao primeiro que então fica obrigado a responder ao segundo que...

Na verdade, essa é até história antiga. A primeira notícia de problemas como esse, registrada há pelo menos cinco anos, cita que um sueco, Gunnar R.Johansson, montou um programa de resposta automática para sua caixa postal eletrônica (para usar enquanto estivesse viajando, algo como uma secretária eletrônica de texto), mas esqueceu de suspender as assinaturas de newsgroups (grupos de debates em que a informação debatida é copiada para todos os participantes).

Resultado: o programa de auto-resposta recebeu uma dessas listas automáticas, sobre jornais on-line; respondeu automaticamente e isso foi circulado pelos mais de mil participantes do grupo em cinquenta países, inclusive o próprio Gunnar, que de novo respondeu automaticamente... Após mais de trezentos loops como esse, um jornalista de Joanesburgo, bem humorado, propôs que a frase-resposta fosse adotada como uma espécie de slogan da lista...

Futuro - Para finalizar, relembro uma piada pertinente ao assunto: você sabe que um casamento acabou quando o marido liga para casa e sua secretária eletrônica lhe informa que o jantar está no forno microondas. 

Fico imaginando, num futuro próximo, o desenvolvimento dessa história: de algum lugar do planeta, o marido envia um e-mail para sua casa, informando que precisará participar de uma reunião "de negócios" fora do escritório, nessa noite. Em casa, o computador instalado na porta da geladeira receberá a mensagem do marido e retransmitirá a mensagem da caríssima esposa, deixada na secretária eletrônica, de que ela estará ausente, num encontro com "algumas amigas".

Então, começará interessante um diálogo eletrônico: o computador do marido, no escritório: "Vou estudar o assunto e volto a manter contato consigo mais tarde". A geladeira computadorizada da esposa: "Mensagem recebida. Retorno com uma resposta mais adequada assim que puder"; novamente o computador do marido: "Vou estudar o assunto e..." bip! bip! bip!

Configurando a auto-resposta no MS Outlook...