No ano 2000, o mercado brasileiro de desenvolvimento de softwares em Objetos Distribuídos deve crescer em 100%. Esta foi a projeção realizada por Richard Soley (CEO do Object Management Group - OMG -, órgão internacional padronizador de softwares) e Sérgio Mainetti Júnior (diretor da desenvolvedora nacional de programas Visionnaire), como um dos principais saldos da promoção Objetos Distribuídos 99 (OD'99), o maior encontro de empresas e profissionais desenvolvedores da área na América Latina. O mercado nacional de Objetos Distribuídos movimentou cerca de US$ 9 milhões em 1999, avaliam a OMG e a Visionnaire. 

O evento reuniu cerca de 400 empresas nacionais e estrangeiras, de pequeno a grande porte, representadas por 500 participantes - entre congressistas e expositores. Segundo Mainetti, cerca de R$ 1 milhão foi movimentado para o fechamento de negócios a partir do encontro a curto prazo. O empresário ainda informa que sua empresa fez contatos com clientes envolvendo a mesma cifra. A Itaipu Binacional foi uma das dez empresas que expuseram seus projetos em andamento para formar uma nova arquitetura de sistemas totalmente desenvolvida em Objetos Distribuídos, com investimento inicial de US$ 1 milhão na fase inicial, recém-finalizada com sucesso.

Entre as empresas que participaram do evento estão Embratel, BCP, Itaú, BankBoston, HSBC, Banespa, Bradesco e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Além de instituições como Banco Central, Tribunal Superior Eleitoral e Escola Paulista de Medicina, Serpro e Ministério da Saúde. O OD'99 contou com o patrocínio da Computer Associates, Microsoft, Inprise, Rational, RogueWave, OMG e MSA-Infor, além do apoio da IBM do Brasil e da organização pela Visionnaire e CITS.

US$ 7 bilhões em 99 - Conforme o Object Oriented Strategies, veículo especializado norte-americano que norteia o setor, essa indústria mantém crescimento constante de 30% ao ano. Em 1993, movimentava US$ 1,5 bilhão, pulando para R$ 7 bilhões em 1999. 

Mainetti explica que o boom brasileiro foi retardado por dois fatores básicos: o Bug do Milênio e a visibilidade da tecnologia. "O Bug do Milênio monopolizou os investimentos no mercado corporativo. Agora, com o problema resolvido, as empresas estão se voltando para OD, na busca de um software desenvolvido no padrão Corba". 

Ele se refere ao padrão elaborado pela OMG, que propicia uma base comum para desenvolvimento dos softwares das mais de 800 empresas congregadas em todo o mundo, proporcionadno base comum, flexibilidade e interoperabilidade. "Com essa base comum, o usuário não fica preso a uma determinada empresa, sendo que a sua solução passa a funcionar com as principais arquiteturas disponíveis no mercado", explica Mainetti.

Itaipu Binacional - Flexibilidade foi um dos principais fatores para a Itaipu Binacional investir US$ 1 milhão na nova arquitetura para suportar todos os sistemas do complexo hidrelétrico, totalmente baseada em OD. Segundo Margarida Rojas, gerente do projeto, a primeira fase foi recém concluída com sucesso.

"Para aplicações corporativas, não há outra opção confiável no mercado", afirma Rojas. A relação custo/benefício se apresenta pelo fato da nova arquitetura agregar as antigas soluções, além de realizar uma comunicabilidade plena entre elas. A nova solução conta ainda com o apoio de mainframe. "Apesar de ser muito útil, o mainframe tornou-se um sistema muito pesado e precisávamos de uma arquitetura que suportasse maior flexibilidade, como fácil uso de intranet e Internet". 

Agora, garante Rojas, a empresa está implantando uma tecnologia que provê integração total, aumentando a produtividade ao proporcionar um gerenciamento inteligente. O projeto todo prevê também infra-estrutura, ferramentas, consultoria e serviços. A primeira fase foi implantada no departamento de contratos, no setor financeiro. Agora inicia-se a implantação no resto do setor e, posteriormente, em todo o complexo. A Visionnaire foi uma das três desenvolvedoras de programas que atuaram na fase agora concluída, com treinamento, consultoria e suporte ao desenvolvimento.

OMG e Visionnaire - A OMG é o maior órgão de padronização de software do mundo, congregando 800 empresas como IBM, Compaq, HP, Sun, Microsoft, Oracle e Fujitsu, e criadora dos padrões Corba, UML, IDL, IIOP, entre outros importantes para o desenvolvimento de software e para mercados verticais (como Telecomunicações, Financeiro, Saúde e Comércio Eletrônico).

A Visionnaire é a representante da OMG no Brasil e o único escritório na América Latina desde 1998, trabalhando em conjunto para difundir os padrões e a tecnologia de Objetos Distribuídos. A Visionnaire provê serviços de consultoria, planejamento e implementação de sistemas e ainda representa a Inprise e a RogueWave. Entre as empresas que já receberam consultoria da Visionnaire estão grandes empresas da área financeira, de telecomunicações, saúde, eletricidade, prestadoras de serviços e desenvolvedoras de software.